Crescimento do streaming nos Estados Unidos: entenda esse fenômeno
- Jornaleiros Sem Fronteiras
- 11 de jun. de 2021
- 4 min de leitura
Maioria dos americanos assina dois ou mais serviços, aponta pesquisa; plataforma que teve maior crescimento no país em 2020 foi a HBO Max, lançada em maio
Por: Pedro Brasileiro, Rosa Carolina, Beatriz Dontal, Igor Gomes, Mateus Santana, Willian Portugal, Thiago Dias e Fernando Gaebler

Você já deve ter assistido algum filme na Netflix ou na Prime Video. Se não, já ouviu falar desses serviços de streaming, tecnologia de transmissão de dados, como filmes ou músicas, por uma taxa normalmente mensal ou até mesmo gratuitamente. Eles estão crescendo cada vez mais no mundo todo, principalmente nos Estados Unidos. Uma pesquisa da Parks Associates, empresa americana de consultoria de mercado, mostra que a partir do terceiro trimestre de 2020, 61% das casas com banda larga nos EUA assinam dois ou mais serviços por assinatura, em comparação a 48% em 2019.
Em um recente levantamento feito pelo Ampere Analysis, a Netflix ocupa 20% do mercado norte-americano de streaming, seguida por 16% do Amazon Prime Video e o terceiro lugar ficando com a Hulu, com 13% do mercado. A plataforma que mais cresceu em 2020 foi a HBO Max, lançada em maio do ano passado nos EUA. No Brasil, tem lançamento previsto para junho deste ano.


O modo de produção de conteúdo está mudando. O que antes era restrito para canais da televisão e cinemas, hoje pode ser visto no celular ou no computador, com mais facilidade e rapidez. Professor de economia, Rogério Lopes explica os fatores do crescimento desses serviços. “Devido ao conforto, segurança, facilidade em acessar filmes, séries, novelas de maneira rápida e a qualquer momento, e por óbvio as questões do isolamento social nos dois últimos anos”. Para o especialista, a cultura tende a mudar juntamente com a tecnologia. O consumo segue esse fluxo.
“São novos costumes, novas ondas de consumo tecnológicos, através do e-commerce, nesta onda estão indo as grandes empresas como a Netlix, Amazon e outras, investindo e oferecendo a nível mundial seus serviços”, segundo Lopes.
Outro levantamento da Nielsen, empresa norte-americana de pesquisa de mercado, indica que mesmo com o aumento do número de serviços de streaming, 93% dos entrevistados continuarão pagando pelos que possuem ou assinariam outros.
É TÃO BOM ASSIM?
Por mais facilitadores que esses serviços sejam, há quem se frustre com eles. Como é o caso do americano Michael Jones, 24, morador de Columbus, em Ohio. “Na maioria das vezes fico frustrado, porque quando queremos assistir a um filme, ficamos procurando por, não sei, uma hora e não conseguimos decidir o que assistir. Acho que é porque tem muitas opções. De qualquer forma, eu continuo como assinante para acompanhar os novos lançamentos”, diz, ao comentar sua experiência com o consumo de conteúdos no streaming.
Michael também explica que a pandemia o fez diminuir seu tempo livre, assim, ele consome menos conteúdo agora, do que antes. “Desde que comecei a trabalhar em casa, minhas tarefas aumentaram muito, então acho que tenho passado menos tempo na TV, comparado com o que era antes.”
Com o fechamento dos cinemas, muitos desses serviços começaram a produzir seu próprio conteúdo. A Netflix, que já fazia isso antes da pandemia, figura em várias premiações de filmes e séries todos os anos. O brasileiro Carlos Rubino, que mora em Miami, há 20 anos, assina Netflix e Amazon Prime Video. Para ele, esses dois já estão de bom tamanho e não assinaria outros. “Gosto de conteúdo político, de saúde, esportes e música. O que motiva a continuar assinando são as séries que acompanho, fora isso, filmes eu não consumo”.
Por serem produzidos nos Estados Unidos, esses serviços saem primeiro lá e fazem mais sucesso por lá. Conteúdos norte-americanos, além de serem muito grandes nos EUA, normalmente são os únicos que quebram as barreiras e se espalham por todo o mundo. Não é comum ouvir falar de um serviço de streaming que venha de outro país, a não ser os que são produzidos no Brasil.
O economista Rogério Lopes explica melhor esse fenômeno. “Em termos de tecnologia voltadas a filmes e séries, exemplo a Netflix que é uma empresa Norte Americana, atuando em quase 100% dos países do mundo, deixando apenas a Coreia do Norte, Criméia, Síria e China, podemos dizer que a abrangência mundial e qualidade dos filmes americanos, faz com que os EUA, se torne um monopólio natural devido aos investimentos em tecnologias durante anos”, explica.
PIRATARIA
Em meio a tantas opções, existe uma exclusividade. Mesmo com muitos serviços e conteúdos sendo produzidos, é necessário assinar todos eles para ter acesso a todos esses materiais. É aí que entra a pirataria. Os EUA é um dos países que mais se esforça para combater à pirataria. Eles criaram a SOPA e a PIPA, projetos de lei que queriam inserir multas graves para a pirataria on-line em território estadunidense, projetos que foram barrados por conta da alta resistência da população. Outro projeto de lei mais recente prevê prisão de até dez anos para quem operar plataformas de streaming pirata.

Assim como no Brasil, sites de filmes e séries são comuns nos Estados Unidos. “Tem muito disso na internet, eu diria que é bem comum. E é ruim porque tem muita propaganda em cada filme e série que você assiste, então eles devem ganhar muito com isso. Mas eu só entro nesse tipo de site quando o conteúdo que eu quero assistir não está disponível na Netflix”, diz o americano Michael Jones.
O professor de economia também explica como a pirataria afeta a economia de um país. “Por se tratar de um mercado extremamente lucrativo, nível de impunidade muito alto e aceitação da sociedade, os prejuízos são vários, como nos lucros das empresas, a arrecadação de impostos ao governo, os males causados a saúde da população e o risco de vida, por exemplo em piratear uma TV a Cabo na rede elétrica”, reforça Lopes.
ความคิดเห็น