Mundo se voltou aos problemas físicos causados pelo novo coronavírus; crises de ansiedade e de pânico e agravamento de estados depressivos aumentaram, diz especialista
Por: Beatriz Gomes, Enzo Cardoso, Guilherme Vita, Paola Felix, Renato Pinto, Tuany Bittencourt
Com a pandemia da Covid-19, o mundo se viu obrigado a adotar o isolamento social, o lockdown e medidas para impedir a contaminação das pessoas. Cada lugar teve sua particularidade na implementação do sistema, mas todos acabaram sendo afetados por uma crise econômica e sanitária, até porque ninguém estava preparado para esse cenário. Além da saúde física, outro fator que vem se agravando nesse período é a saúde mental.
A psicóloga Luciana Barella destaca a vulnerabilidade que todo o cenário pandêmico gera. Com muitas mortes diárias, instabilidade financeira, pouca perspectiva de melhora. Tudo isso colabora com o aumento de crises de ansiedade, agravamentos de estados depressivos e geram crises de pânico. Essas condições se aplicam ao Brasil, mas no mundo inteiro houve essa enfermidade mental em massa. Alguns lugares do Reino Unido já estão sendo permitido permanecer sem máscaras. Na Itália, estão em um estágio avançado da vacinação. Sendo assim, essa esperança é capaz de melhorar a saúde mental dos seus habitantes?
Segundo Luciana, a vacinação pode sim ajudar na melhora da saúde mental das pessoas, tendo em mente que, “a perspectiva que remete à ideia de preservação da vida instintivamente gera otimismo, sensação de segurança e controle emocional com certeza”. Porém, governos confusos geram ainda mais angústia, já que a pesquisa pela vacina durou quase um ano e para alguns países, a aplicação vem sendo a etapa mais difícil.
A operadora social Camila Pozzebon, moradora do município de Tuscania, na Itália, ressalta que, de maneira geral, a população da comuna tem tido problemas com a saúde mental, mas agora que estão na fase amarela, as pessoas têm mais liberdade, estabelecimentos voltam a funcionar, a vida lembra um pouco do antigo normal, as coisas estão melhorando. “Não tive, nem tenho, problemas com a minha saúde mental, só é chato e irritante”, afirma.
Camila relata que os protocolos de prevenção para o combate da pandemia têm sido respeitados, em sua maior parte, pela população no local, pois, as multas para os descumprimentos das regras possuem um alto valor, além da possível dor de cabeça com a lei.
Ela ainda ressalta que tem feito algumas atividades para preservar a sua saúde mental durante o isolamento social, como: trabalhar, fazer exercícios dentro de sua casa e fora (quando consentido) e usado muito a Internet pois ela tem mantido muito contato com seus amigos e sua família.
Saúde mental no Reino Unido
A Itália possui números de vacinação parecidos com o do Brasil, mesmo sendo um país menor, ainda enfrenta alguns empecilhos na aplicação do imunizante. Já na Inglaterra, no primeiro semestre de 2021, a vacinação estava em etapa avançada e até mesmo o uso de máscaras em locais públicos já era dispensável.
O Reino Unido adotou medidas drásticas e sérias durante a pandemia, como a implementação do lockdown e a testagem em grande escala, para mapeamento do vírus. Mas essas medidas podem surtir ainda mais efeito quando se fala de saúde mental.
O desenvolvedor de software Guilherme Viteri é brasileiro e mora em Cambridge, na Inglaterra, desde setembro de 2015. Em seu relato deixa claro como foi a guerra contra o vírus no país. “No geral, melhorou bem. De janeiro a março tudo ficou fechado, somente os serviços essenciais abertos e tudo com agendamento, até pra levar o lixo no centro de reciclagem precisava de agendamento.”
Segundo Guilherme, os estabelecimentos levaram à risca as medidas de distanciamento social, respeitando as restrições de número de pessoas e o uso de máscaras. Na maioria dos comércios ainda havia cleaning station, locais com pano, álcool em gel e produtos de limpeza para higienização pessoal.
O desenvolvedor de software ainda complementa falando da importância que o governo teve durante a pandemia. “O que tem ajudado também é que o governo está providenciando home kits, que são os testes de covid para uso em casa, que devem ser usados duas vezes na semana, mesmo não tendo sintomas. Se você sai para trabalhar ou vai para escola, é submetido a fazer esse teste. Tudo de graça, eles chamam esses testes de lateral flow . Caso tenha sintomas os testes são PCR (exame rápido que detecta o material genético do vírus) e aí você vai num lugar especifico.”
Na Inglaterra, o governo possui um site próprio para controle do vírus no país, o GOV.UK, que conta com um cronograma geral com informações do que já foi executado e do que ainda está por vir.
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